domingo, 8 de novembro de 2015

Avaliação Global do Resultado

            A metodologia clássica para a avaliação do desempenho global da empresa é normalmente chamada de análise financeira ou análise de balanço. Através de um conjunto de procedimentos e conceitos aplicados de forma inter-relacionada, obtém-se uma série de indicadores que permite fazer uma avaliação sobre a situação econômica e financeira da empresa e o retorno do investimento.

Análise Financeira ou de Balanço

            Nesse processo, o analista vale-se de uma série de cálculos matemáticos, traduzindo os Demonstrativos Contábeis em indicadores. Tais indicadores buscam evidenciar as características dos principais inter-relacionamentos existentes entre o Balanço Patrimonial, que apresenta uma visão estática e momentânea da empresa, e a dinâmica representada pela Demonstração de Resultados.
            A comparabilidade dos dados de análise de balanço pode ser feita em vários aspectos, como:
- Comparação com períodos passados;
- Comparação com períodos orçados;
- Comparação com padrões setoriais;
- Comparação com padrões internacionais;
- Comparação com padrões internos da empresa;
- Comparação com empresas concorrentes etc.
            As técnicas básicas tradicionalmente usadas para análise de balanço são compostas pela Análise Vertical, Análise Horizontal, Indicadores econômico-financeiros e Avaliação Final.

Restrição dos Dados

            De modo geral, a análise de balanço tem se fundamentado nos Demonstrativos Contábeis apresentados pela Legislação Comercial, os quais, elaborados conforme os princípios contábeis geralmente aceitos, incorporam as restrições de mensuração e informação que os próprios princípios apresentam. Portanto, a análise de balanço com a utilização desses demonstrativos deve ser complementada com considerações adicionais em termos de mensuração pelo valor econômico.
            Desta maneira, é imprescindível que o avaliador tenha em mente que uma empresa avaliada segundo princípios de gestão econômica que considera fluxos futuros de benefícios descontados a custos de oportunidade apresentará resultados diferentes da avaliação contábil dos demonstrativos tradicionais.

Análise da Rentabilidade

Uma rentabilidade adequada continuamente é, possivelmente, o maior indicador da sobrevivência e sucesso da empresa. Podemos separar a análise da rentabilidade em dois grandes aspectos:
- Análise da geração da margem de lucro: Leva em conta o desempenho operacional da empresa, que implica maior ou menor necessidade de margem operacional sobre as vendas.

- Análise da destinação do lucro: Leva em conta a alavancagem do capital de terceiros, para aumento da rentabilidade do capital próprio.

Fonte: PADOVEZE,Clóvis L. Controladoria estratégica e operacional: conceitos, estrutura, aplicação. 2 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009.
Orçamento de Investimentos e Financiamentos

Tem por finalidade fazer a orçamentação dos demais componentes do Balanço Patrimonial e da demonstração de Resultados, que não foram contemplados no orçamento operacional. O enfoque básico é elaborar o orçamento dos gastos previstos com investimentos que serão ativados como Ativo Permanente, bem como dos financiamentos necessários para fazer face à necessidade de fundos para sua aquisição.
 Uma característica desses orçamentos é que sua elaboração e análise tendem a ficar restritas as áreas de Finanças e Controladoria, além da cúpula diretiva da companhia.

Os segmentos do Plano Orçamentário nos Demonstrativos Contábeis Básicos

            A base da segmentação do plano orçamentário segue a lógica da estrutura dos demonstrativos contábeis básicos, a DRE e o Balanço Patrimonial.
            O orçamento de investimentos liga-se ao Ativo Permanente. O Realizável a Longo Prazo pode ser tanto localizado no Orçamento de Investimentos, se for relevante, ou deixa-lo como um item da projeção, se não for significativo. Já as entradas e saídas de capital e os financiamentos são objetos do Orçamento de Financiamentos.

Orçamento de Investimentos

            Este orçamento compreende os investimentos dos planos operacionais já deflagrados no passado e em execução no período orçamentário, bem como os investimentos necessários detectados para o período em curso. É parte integrante deste orçamento a previsão dos desinvestimentos. Os desinvestimentos – vendas ou disponibilização de ativos permanentes – podem acontecer de forma natural, por troca ou renovação tecnológica, como podem fazer parte de planos originais de investimentos, como elementos para reduzir a necessidade de investimento financeiro.
            Podemos, então, ter as seguintes peças orçamentárias:
- Orçamento de aquisição de Investimentos;
- Orçamento de venda de investimentos em outras empresas;
- Orçamento de aquisição de imobilizados;
- Orçamento de venda de imobilizados;
- Orçamento de despesas diferidas;
- Orçamento de baixa de ativos diferidos;
- Orçamento de depreciações, exaustões e amortizações das novas aquisições e baixas.

Orçamento de Financiamentos

            Este orçamento tem por finalidade prever tudo o que for relacionado com a área de obtenção de fundos, os gastos para manutenção desses fundos e pagamentos previstos. As seguintes peças orçamentárias fazem parte do conjunto do Orçamento de Financiamentos:
- Orçamento dos novos financiamentos ou fontes de fundos, suas despesas financeiras e desembolsos;
- Orçamento das despesas financeiras e desembolsos dos financiamentos já existentes;
- Orçamento de outras despesas financeiras;
- Orçamento de outras receitas financeiras.
            Em linhas gerais, as informações necessárias para elaboração do orçamento para todos os financiamentos existentes ou previstos são as seguintes:
- Tipo de financiamento e sua moeda de origem;
- Indexador contratual, se houver;
- Taxa de juros;
- Spread e comissões bancárias;
- Impostos incidentes (IOF, IOC, IRRF)
- Prazos de carência e cronograma de amortização do principal da dívida e dos juros.

Fonte: PADOVEZE,Clóvis L. Controladoria estratégica e operacional: conceitos, estrutura, aplicação. 2 ed. São Paulo: Cengage Learning, 2009.